Taboga, ilha de conquistadores e piratas
Refúgio de Francisco Pizarro, Henry Morgan ou Paul Gauguin, a pequena ilha panamenha é hoje um paraÃso de praia meia hora de balsa da capital
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Os conquistadores Francisco Pizarro e Diego de Almagro a converteram em sua base de operações nos anos 1520. Daqui eles organizaram as primeiras expedições para explorar a costa do que mais tarde seria conhecido como América do Sul em barcos precários de madeira nos quais cabiam 30 ou 40 homens.
O turista que visita hoje a ilha, para a qual ele precisa apenas de cerca de 25 dólares - 5 para o Uber que leva do centro histórico do Panamá para a ilha Perico e 20 para a balsa que a cada hora faz a viagem de ida e volta até Taboga em cerca de 30 minutos -, ainda pode se aproximar do local onde Pizarro dormiu na noite anterior ao iniciar a conquista do Peru, atualmente ocupado por uma casa de tijolos feia. A menos de 300 metros está a igreja de San Pedro, onde os conquistadores rezavam e comungavam antes de embarcar.
A primeira casa está localizada na rua Francisco Pizarro e a igreja no final da rua Diego de Almagro, os dois principais eixos desta ilha onde não há sinal de lenda negra, algo bastante incomum em um paÃs como o Panamá, que, apesar dos excessos cometidos sobre as populações originais conquistadoras como Pedrarias Dávila ou Gonzalo de Badajoz, tem como herói nacional o descobridor em 1513 do Oceano PacÃfico, Vasco Nuñez de Balboa. Ele dá nome ao câmbio nacional, ao porto e à avenida principal da capital do paÃs.
Precisamente entre as ruas Almagro e Pizarro, existem meia dúzia de hotéis que permitem aos turistas pernoitar em Taboga. Você pode escolher entre o luxo de Villa Caprichosa, decorada como se fosse um palácio rococó na França do século 18, que tem suÃtes com piscina privativa por 200 euros por noite, mesmo o mais prosaico Mundi Hotel ou Inn Cerrito Tropical, cujos quartos rondam 50 euros. Em qualquer um deles, o mais importante é garantir um quarto com vista para a BaÃa de Taboga e lembrar a época em que esta ilha era uma parada obrigatória na principal rota do Império Espanhol.
Objetivo dos corsários
Com a expansão espanhola consolidada na América do Sul, esta ilha se tornou uma parada necessária para os viajantes que cruzavam o Atlântico a partir de Sevilha. Eles desembarcavam no porto caribenho de Portobelo e cruzavam o istmo do Panamá na estrada para Cruces, a cavalo, a pé ou de barco, até chegar à Cidade do Panamá, onde canoas os levavam aos galeões que os esperavam em Taboga para iniciar a jornada final até o Peru, o vice-reinado mais poderoso junto com o México dos domÃnios espanhóis na América.
Precisamente, essa prosperidade transformou Taboga no alvo dos principais piratas dos séculos XVII e XVIII. O inglês Henry Morgan atacou a ilha após destruir a Cidade do Panamá em 1671, enquanto Richard Hawkins ou William Dampier aproveitavam suas fontes para fazer aguada, ao mesmo tempo que espreitavam as frotas espanholas. O último desses marinheiros ingleses que a assaltaram foi o Capitão John Illingworth, que, em 1819, após perder seu emprego na Marinha Real Britânica no final das guerras napoleônicas, colocou-se a serviço dos insurgentes hispano-americanos, por cuja ordem destruiu grande parte de seus edifÃcios originais, embora tenha que se retirar devido à resistência da população.
Após a declaração de independência do Panamá em 1821, este ilhéu era um dos poucos redutos espanhóis no hemisfério. Em 1824, 300 anos após a chegada dos primeiros conquistadores, os últimos soldados que a habitavam tiveram que atravessar o Oceano PacÃfico até as Filipinas, a bordo da fragata Santander, já que em todo o continente americano não havia um único porto nas mãos do exército realista.
Um convidado ilustre
Com o desaparecimento do Império Espanhol, Taboga não recuperaria seu esplendor até os anos 1850, durante a corrida do ouro na Califórnia, quando foi visitada por poucos anos depois seria herói da Guerra Civil e décimo-oitavo presidente dos Estados Unidos, Ulysses S Grant. Mas acima de tudo foi a partir de 1880, quando o engenheiro francês Ferdinand de Lesseps a utilizou como centro de descanso e recreação para os trabalhadores do Canal do Panamá, uma das maiores obras de engenharia da história. Esta situação causou no verão de 1886 a decepção de um de seus hóspedes mais ilustres, o pintor Paul Gauguin, que esperava chegar a uma ilha deserta em que retratar seus paraÃsos virgens alheios à civilização e encontrou, em vez disso, cheia de funcionários do canal, de turistas e com preços nas nuvens.
Hoje Taboga, também chamada de Isla de las Flores por sua exuberante vegetação tropical, é um dos lugares favoritos de lazer para os panamenhos, longe do tumulto da capital. Na praia de La Restinga, perto do cais, é possÃvel desfrutar de alguns espetinhos de carne, um arroz com frutos do mar ou um suco de mamão enquanto se admira a pequena baÃa onde viajavam uma vez os conquistadores espanhóis e piratas ingleses. Os turistas que preferem exercÃcio fÃsico podem caminhar os três quilômetros até o Cerro de la Cruz, do topo do qual é possÃvel ver não apenas San Pedro e a BaÃa de Taboga, mas também a própria Cidade do Panamá.